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Revista Galileu
Quanto mais cedo uma pessoa começa a fumar maconha, maior é a probabilidade de ela se tornar dependente de álcool ou de outras drogas no futuro. Essa tese foi reforçada em uma pesquisa feita por cientistas dos EUA e da Austrália, publicada na edição de 22 de janeiro do "Journal of the American Medical Association".
Pesquisas anteriores já associavam a maconha com o aumento do risco do uso de drogas consideradas "mais pesadas". Porém, esses estudos se baseavam em depoimentos de dependentes de heroína e cocaína afirmando que começaram se viciando em maconha. A nova pesquisa, realizada pela Universidade de Washington, nos EUA, em parceria com o Instituto de Pesquisas Médicas de Queensland, na Austrália, faz o caminho inverso, tentando descobrir se jovens usuários da planta tiveram de fato problemas posteriores com outras drogas.
Para eliminar os fatores que podem predispor as pessoas ao vício - como a genética, o ambiente e o histórico familiar - a equipe estudou 311 pares de gêmeos australianos do mesmo sexo. Em todos os casos, um dos irmãos havia começado a fumar maconha antes dos 17 anos e o outro não. "Estudando gêmeos, nós pudemos comparar indivíduos com a mesma idade, a mesma família e com os mesmos genes, nos casos de gêmeos idênticos", explica Michael Lynskey, um dos responsáveis pela pesquisa.
Os irmãos foram entrevistados quando tinham cerca de 30 anos. Aqueles que começaram a fumar maconha antes dos 17 apresentaram as maiores taxas de problemas com álcool e outras drogas. Cerca de 46% deles afirmaram terem abusado ou se tornado dependentes de maconha, e 43% se tornaram alcoólatras. Eles também utilizaram mais drogas pesadas, como cocaína e outros estimulantes (48%), heroína (14%) e alucinógenos (35%). Essas taxas foram de 2 a 5 vezes maiores que as taxas observadas nos irmãos que não tinham usado maconha até os 17 anos.
"Acredito que é necessário informar os pais de adolescentes que a maioria dos jovens que fumam maconha não enfrentam problemas mais sérios com outras drogas, mas que o risco é maior", afirma o professor de psiquiatria Andrew Heath, líder da pesquisa.
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