terça-feira, 25 de novembro de 2003

Bar holandês vende maconha há 35 anos

25 de novembro de 2003, Terra - Opinião


Wálter Maierovitch
Colunista do Jornal do Terra.

Há 35 anos o Sarasani Coffee Shop vem, legalmente, vendendo cigarros de maconha à sua freguesia em Utrecht, na Holanda. Foi o primeiro coffee-shop do gênero. Pela lei holandesa, só podia vender - por dia e para consumo no próprio estabelecimento - até meio quilo de Cannabis (maconha), haxixe (pasta oleosa tirada da resina da planta-cânhamo) e skunk (germinação sem uso de terra).

Nesta semana comemorativa, os proprietários estão promovendo festivas noitadas canábicas. A principal atração será o AK47. Aviso: não se trata de um conjunto musical, mas de uma espécie de erva canábica, com grande concentração do princípio ativo, ou seja, tetraidrocanabinol mais forte. Outro aviso: no Sarasani, não se vende maconha transgênica.

Vários convites foram distribuídos para a semana comemorativa. Dentro do envelope, há uma imitação de cigarro de maconha, enrolado em fino papel de seda gomado. Aliás, um papel igual aos vendidos, em caixinhas coloridas, nas bancas de jornal brasileiras: Colomy, Smoking etc. E os pais que entram nas bancas fingem pensar que se trata de papel para consumidores de tabaco picado.

Utrecht tem 1,2 milhão de habitantes e fica no caminho entre Amsterdã e Roterdã. Em toda a Holanda, existem mais de 800 estabelecimentos que vendem maconha. Naquele país, o consumo de maconha é tolerado apenas nos cafés e nos domicílios. O porte para uso é proibido, salvo nos estabelecimentos autorizados e inspecionados. Quanto ao plantio ou importação, só com especial autorização.

O objetivo da política holandesa, ao liberar o consumo em cafés, foi, basicamente, o de afastar o consumidor do traficante, este sempre pronto a oferecer uma droga nova, mais pesada e de maior risco à saúde. Muitas vezes, como vem ocorrendo com o ecstasy e outras metanfetaminas, são ofertadas drágeas feitas em “fundo de quintal”, impuras e com alto risco de overdose pela concentração desequilibrada de moléculas.

Por outro lado e apesar de a maconha ser uma droga que faz mal à saúde, os cafés holandeses acabaram incrementando o turismo. Para se ter idéia, 26 coffee-shops de Amsterdã promovem, anualmente, a Cannabis Cup. Para fazer parte do júri de degustadores que escolherão a melhor, paga-se US$ 225.

Fonte: Terra – Opinião (25 de novembro de 2003)

sexta-feira, 7 de novembro de 2003

Maconha deve ser recomendada a portadores de esclerose múltipla, conclui estudo

7 de novembro de 2003, Globo On-Line

Reuters

LONDRES - O maior estudo já realizado sobre o uso da maconha para alívio dos sintomas da esclerose múltipla produziu resultados que, se não podem ser chamados de excelentes, ao menos são bons o suficiente para fazer com que os cientistas recomendem a autorização do uso da erva no tratamento da doença.

Apesar de não haver prova objetiva de que a maconha tenha aliviado a rigidez muscular causada pela doença, os pacientes relataram melhoras, no alívio da dor e na mobilidade. Também houve menos recaídas em pacientes que usaram a maconha - em cápsulas ou extrato - do que entre os que usaram placebo.

“Há uma gama de pontos positivos e negativos. De modo geral, acho que há provas suficientes para se levar adiante o licenciamento e a regulamentação do tratamento pelas autoridades”, disse o neurologista John Zajicek, que chefiou a pesquisa.

Alguns portadores de esclerose múltipla, doença que afeta um milhão de pessoas em todo o mundo, vinham relatando melhora da dor e na rigidez muscular, mas Zajicek disse que não havia muitos indícios disso na literatura médica.

“Esse é o maior estudo sobre isso já publicado”, disse o cientista.

No início deste ano, a Holanda tornou-se o primeiro país a tornar a maconha disponível para pacientes com câncer, infecção pelo HIV e esclerose múltipla, mediante prescrição médica. Pacientes na Grã-Bretanha, nos EUA e no Canadá pressionam por medidas similares.

O laboratório farmacêutico britânico GW desenvolveu um spray de Cannabis que é administrado sob a língua, especialmente para pessoas com esclerose múltipla. O produto pode ser lançado ainda neste ano.

Zajicek disse que o objetivo da pesquisa de três anos com mais de 600 pacientes na Grã-Bretanha foi determinar se a maconha tinha qualquer valor terapêutico para quem sofre desta doença auto-imune em que as células de defesa do organismo destroem a capa de mielina que recobre e isola os nervos, a medula espinhal e o cérebro.

Fonte: http://www.gabeira.com.br/causas/subareas.asp?idArea=1&idSubArea=229
 

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