terça-feira, 28 de julho de 2009

Suspeitos de plantar 'cannabis' aumentam 39%

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1319088
por LUÍS MANETA, Évora. Hoje

Só nos últimos dois meses, a GNR deteve 20 suspeitos de fazer plantações caseiras de 'cannabis.' Os números reflectem um fenómeno que é crescente e alastra em todo o País.

A GNR deteve em Junho e Julho mais de 20 pessoas suspeitas de cultivarem plantas de cannabis. A quantidade de plantas, folhas e sementes apreendidas daria para "muitos milhares de doses", avançou fonte da instituição, esclarecendo que se trata de um fenómeno "generalizado" a todo o País, que preocupa as autoridades.

Em declarações ao DN, o director da investigação criminal da GNR, tenente-coronel Albano Pereira, confirma que o número de autos por suspeita de plantação ilegal de cannabis "aumentou 39%" no primeiro semestre deste ano, comparativamente com idêntico período de 2008.

Entre Janeiro e Junho deste ano foram levantados 32 autos e detidas nove pessoas. Em Julho, o número de detenções já "disparou" para cerca de 13, na sua maioria homens com mais de 30 anos.

Uma das maiores operações decorreu na zona de Santo Tirso, tendo sido identificadas quatro pessoas (três homens e uma mulher) e apreendidas 70 plantas de cannabis. Dias antes, próximo de Vilar Formoso, era detido um indivíduo com 48 plantas e 174 sementes. Embora reconhecendo a existência de "dados que apontam para o cultivo de cannabis como forma de obter algum grau de produção elevada e com mecanismos para escoar a droga", fonte policial garante que essa realidade "não corresponde" à maioria dos casos: "O que normalmente se encontra são pessoas que cultivam para consumir."

Foi através de uma denúncia que os militares da Guarda chegaram a um armazém, nos arredores de Viana do Alentejo, transformado numa estufa com condições ideais para o cultivo de cannabis. "Para além das plantas propriamente ditas e em várias fases de crescimento, encontrámos 88 gramas de plantas secas e fertilizante específico", referiu ao DN um dos agentes envolvidos na operação, revelando terem sido descobertos indícios que apontam para a aquisição de sementes através da Internet (uma pesquisa no Google por cannabis shop devolve mais de 4,3 milhões de resultados).

"Não é fácil encontrar na rua quem dispense sementes mas através de alguns sites especializados sempre se conseguem arranjar algumas para iniciar", diz M., 27 anos, que confessa ter feito "pequenos cultivos" para consumo próprio na varanda do apartamento onde residia durante o período em que estudou na Universidade de Évora.

sábado, 25 de julho de 2009

Maconha, a nova fonte de renda dos EUA

http://oglobo.globo.com/blogs/sobredrogas/posts/2009/07/25/maconha-nova-fonte-de-renda-dos-eua-208346.asp
O Globo, Enviado por Sobredrogas - 25.7.2009 | 19h00m

Reportagem publicada na edição deste domingo do Globo pela correspondente Marília Martins mostra que a maconha virou fonte renda municipal nos Estados Unidos. Confira abaixo a matéria e deixe o seu comentário!

Os eleitores de Oakland, cidadezinha perto de São Francisco, encontraram uma solução para melhorar as receitas da prefeitura: taxar o comércio da maconha. Isto mesmo! Desde que se tornou o primeiro estado a legalizar a maconha para fins medicinais em 1996, a Califórnia viu crescer uma indústria que hoje tem seu valor — nos negócios legalizados e nos ilegais — estimado em US$ 17 bilhões por ano. Por isto, os eleitores de Oakland decidiram que já é hora de a maconha legal passar a contribuir para melhorar as finanças municipais, deterioradas com a crise.

— Esta foi uma decisão histórica, que vai ajudar a cidade a se recuperar em tempos difíceis — diz Steve DeAngelo, líder dos produtores de cannabis em Oakland e promotor de uma campanha para convencer agricultores a colaborarem com as finanças municipais.

A cidade teve queda de arrecadação da ordem de US$ 83 milhões por causa da recessão americana e espera levantar pelo menos US$ 300 mil nos negócios de maconha legal do município. Para incrementar o comércio, a Apple acabar de lançar um aplicativo para iPhone, chamado Cannabis, que localiza em segundos pontos de venda e profissionais que ajudam consumidores a obter maconha legal. A base de dados é fornecida pela ONG Ajnag, que defende a legalização da erva.

Opositores da medida, reunidos na ONG Coalition for a Drug Free California, protestaram contra a decisão dos eleitores:

— É incrível que num momento de recessão econômica o município se volte para recolher impostos de uma droga que o país ainda considera illegal. A comunidade não deveria aceitar tornar-se dependente de uma produção agrícola tão discutível — avalia Paul Chabot, líder da ONG.

Para comprar maconha legalmente na Califórnia é preciso ter receita médica e adquirir o produto num dos postos de distribuição autorizados. Aceita-se pagamento com cartão de crédito, e cerca de 3,5 gramas da erva saem por US$ 102, incluindo entrega a domicílio. A maconha é receitada pelos médicos californianos em várias circunstâncias, como, por exemplo, no caso de pacientes com elevado índice de insônia ou para tratar determinados casos de alergia, em que o chá feito com a erva é indicado. O cultivo pelos produtores é fiscalizado pelas diversas prefeituras, e exige-se que a produção seja orgânica, o que eleva a qualidade da erva.

— Para aqueles que têm receita médica, o produto que recebem é de boa qualidade. As lojas são fiscalizadas e as quantidades vendidas da erva também. Ainda existe maconha vendida no mercado clandestino, mas a legalização do produto para uso médico fez com que a diferença de qualidade fosse sensível entre aquilo que é comercializado legalmente e o que se compra de forma ilegal — avalia o promotor Meredith Lintott, do condado de Mendocino, uma das regiões produtoras de maconha legal na Califórnia.

A Apple já vendeu mais de mil aplicativos Cannabis para iPhone e já existem mais de 30 serviços de twitter para informar consumidores sobre as notícias mais recentes da droga. A Califórnia é o estado pioneiro na taxação da maconha legal, mas desde que aprovou o comercio da maconha para uso medicinal, há 13 anos, outros 12 estados americanos já adotaram legislação semelhante.

De início, muitos pacientes foram autorizados a ter uma pequena plantação em vasos domésticos, para consumo individual, mas com o tempo a industrialização foi se impondo. Numa pesquisa feita com 2.500 pacientes de tratamentos à base de maconha na região de Berkeley, em São Francisco, o advogado Tod Mikuriya constatou que mais de dois terços dos pacientes apresentavam melhoria de seu quadro clínico, ligado a doenças de pele relacionadas a condições nervosas alteradas. Há também os chamados clubes fechados, os pot-clubs, que são resenhados por especialistas para atestar a qualidade dos serviços. Um deles, WeedesMaps.com, faturou cerca de US$ 250 mil em um ano de funcionamento.

Vereadores de São Francisco querem agora seguir o exemplo de Oakland. O democrata Tom Ammino, por exemplo, acha que se a mesma lei for aprovada em sua cidade, a prefeitura poderá arrecadar cerca de US$ 349 milhões por ano.

— Esta é uma indústria que está crescendo e chegou a hora de ver os produtores contribuírem para as finanças da prefeitura, especialmente num momento de crise. E o dinheiro poderá inclusive ser usado para ajudar a polícia a combater o tráfico ilegal da erva — avalia Ammino.
 

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