terça-feira, 31 de março de 2009

500 mil fumadores de maconha



http://coisasdasuica.swissinfo.ch/?p=2509
Coisas da Suíça. 31.03.2009



A foto acima mostra a vista aérea de uma típica fazenda no interior da Suíça. O que ela tem de interessante é o detalhe da estranha plantação retangular dentro de outra plantação (à direita das duas casas, no centro da imagem). Vou revelar o segredo: 1.600 pés de maconha, cercado de pés de milho. Seu proprietário foi preso em janeiro depois que a polícia helvética descobriu suas atividades através do Google Maps. No total ele chegou a produzir 1,5 toneladas da droga.

Essa história é apenas para dizer que cannabis sativa continua sendo um tema polêmico no país. Por duas vezes iniciativas populares (propostas de leis que são lançadas em votação após recolher um número mínimo de assinaturas) tentaram legalizar a planta e seu consumo na Suíça, mas sem sucesso. Em 1998, pouco mais de 74% dos eleitores disseram “não”. No final de novembro de 2008, o resultado não foi melhor: 63% de votos negativos.

Com a impossibilidade de legalizar, a discussão agora se volta para a questão: processos penais ou multas contra os consumidores? Para Daniel Meili, a melhor solução seria o pragmatismo. Em entrevista ao jornal “Neue Luzerner Zeitung“, o médico psiquiatra e reconhecido especialista na área de drogas pelo seu trabalho de médico-chefe da Associação Para a Redução dos Riscos no Uso de Drogas, defendeu a proibição do consumo da cannabis sativa, mas recomendou que os usuários recebam apenas multas pecuniárias. Reproduzo aqui a entrevista.

Jornal: Multas ao invés de processos contra fumantes de maconha. Essa é a melhor estratégia?

Daniel Meili: Trata-se de um progresso em relação ao status quo atual.

J: Por quê?

D.M.: Quando analisamos quantas pessoas na Suíça fumam regularmente um cigarro de maconha - estamos falando de 300 mil a 500 mil consumidores - então é fora de proporção levar todas essas pessoas aos tribunais. Para os usuários isso tem um efeito que não é dissuasivo e que não faz ninguém desistir de fumar um joint.

J: Então devemos igualar o consumo de maconha com o estacionamento em local incorreto. Não seria isso uma forma de relativizar ou dizer que este é menos perigoso do que o é?

D.M.: Isso não tem nada a ver com relativização. Segundo as leis, tudo que não toca outras pessoas não é criminoso. Apenas na questão do consumo de drogas ilegais a Lei é interpretada de forma mais severa. Isso não é plausível.

J.: Então o consumo e detenção de cocaína e outras substâncias deveria ser implicado também em um sistema de multas?

D.M.: O governo federal foi ainda mais longe e chegou a propor em 2001 a despenalização do consumo e detenção de drogas ilegais. A penalização do consumo de uma droga não leva a uma redução do consumo. Porém o Parlamento quis deixar a penalização na Lei. Com a única argumentação de que o consumidor prejudica a si próprio. Mas isso não é lógico.

J.: A descriminalização moral diminui o número de fumantes da maconha?

D.M.: O mais importante é que a juventude tenha uma perspectiva, uma boa formação, uma profissão em que ela seja exigida. Também um bom trabalho de prevenção nas escolas precisa ser apoiado. Claro: apenas através da prevenção são poucos aqueles que deixam de experimentar uma vez um joint. Porém a prevenção pode conscientizar de qualquer maneira os consumidores dos riscos da sua atitude. E em terceiro lugar, o governo precisa regular o mercado da maconha.

J.: Então voltamos à questão das lojas que vendem maconha (nota da redação: até poucos anos elas existiam por toda a Suíça, apesar de trabalharem na semi-legalidade).

D.M.: Nessa questão o Estado também tem um controle apenas parcial. A solução seriam lojas autorizadas. Lá as condições de venda estariam reguladas, os preços determinados, a qualidade testada. Na política restritiva atual, isso é fora de realidade. Porém se provou que a ilegalidade apenas traz mais problemas: o que é proibido desperta o interesse, a ilegalidade torna as substâncias impuras e, dessa forma perigosas.

J: o consumo de maconha é então sem perigo?

D.M.: De forma nenhuma. Sobretudo jovens sem perspectiva e em uma fase de desorientação consumem maconha em demasia podem ter grandes problemas psíquicos. Fumar maconha não é menos perigoso do que beber álcool além da conta. Essas pessoas precisam ser ajudadas pela medicina. Penas não ajudam a resolver o problema.

J.: A cannabis é o primeiro degrau na utilização das drogas?

D.M.: Temos na Suíça milhares de pessoas que já tiveram experiência com a maconha. Se ela fosse a droga de entrada, então teríamos muito mais do que 20 mil dependentes de heroína no país.

Fim da entrevista…

Uma comissão parlamentar na Câmara dos Deputados aprovou uma proposta semelhante à feita pelo médico. Agora a questão vai para o Senado e pode até tornar-se lei.

Enquanto isso, a Cannatrade, a maior feira de produtos do cânhamo, já está nos seus últimos preparativos antes de abrir suas portas no início de maio na Basiléia. Polêmica ou não, o fato é que a cannabis sativa também é vista como tema sério por muitos empresários.

domingo, 29 de março de 2009

Apreensões de droga aumentam 36 por cento

http://www.portalangop.co.ao/motix/pt_pt/noticias/africa/Apreensoes-droga-aumentam-por-cento,133d5135-85c1-4dd1-9d7e-65b273b4c2f4.html
29-03-2009 11:10

Praia – A quantidade de droga, sobretudo cocaína e cannabis, apreendida em Cabo Verde, em 2008, pela Polícia Judiciária (PJ) do arquipélago aumentou 36 por cento em relação ao ano anterior, revelou na cidade da Praia, uma fonte da coorporação.



Segundo o director nacional da PJ cabo-verdiana, Óscar Tavares, que falava na sessão de abertura da Reunião de Coordenação e
Planificação Operacional e Estratégica da sua instituição, esta última registou, em 2008, um aumento da produtividade de 31 por
cento.

Óscar Tavares indicou ainda que, no âmbito da luta contra a lavagem de capitais, foram congeladas várias contas bancárias e
apreendidos e arrestados bens móveis e imóveis num valor superior a 130 milhões de escudos (cerca de um milhão 170
milhões de euros).



Os valores dos objectos recuperados aumentaram 1.082 por cento e os monetários cresceram 1.502 por cento, disse.



Ainda sobre o balanço das operações feitas em 2008, Óscar Tavares disse que a PJ registou uma diminuição de 7 por cento dos homicídios simples e 50 por cento dos qualificados.



Como consequência directa, disse, houve um aumento em 20 por cento da taxa de resolução global, consubstanciado em processos
investigados, esclarecidos e remetidos às autoridades judiciárias, e um crescimento de 90 por cento nas detenções por homicídio,
precisou.



Segundo Óscar Tavares, a principal ameaça ao país prende-se com o narcotráfico, tendo a PJ apreendido nos últimos três anos mais de 777 quilos de cocaína e 980 quilos de haxixe, e detido "os responsáveis das principais redes de tráfico de drogas com conexão internacional" que introduziam drogas na Europa através de Cabo Verde.

quarta-feira, 25 de março de 2009

"Leite de maconha" ganha consumidores na América do Norte

http://www.opantaneiro.com.br/noticias/online.asp?id=82615
O Pantaneiro, 25/03, 10:04

"O 'hemp milk' tem saído tão bem quanto o leite de soja, e pais me dizem que o sabor baunilha é perfeito para as crianças", diz Marcus Amies, gerente da loja de produtos naturais Jimbo's, num subúrbio de San Diego, Califórnia (EUA). O produto -um leite vegetal orgânico com leve sabor de nozes e rico em aminoácidos essenciais e ômega 3 e 6- teria tudo para atingir mercados mundiais de orgânicos, não fosse um detalhe: é feito a partir de Cannabis sativa L., a planta da maconha.

Após seis décadas de proibição no Canadá por seu uso recreativo, o cultivo comercial do cânhamo reiniciou-se em 1998.

Os EUA, que forçaram o vizinho à criminalização nos anos 1930, abocanham hoje 59% das exportações. Lá, o litro do leite de cânhamo custa US$ 4,99; a garrafa de 457 g de azeite, US$ 14,99; e barrinhas energéticas, US$ 2,29. No Brasil, os produtos não estão disponíveis.

Nutrientes

"Como sementes de outras plantas, a maconha tem constituintes nutritivos", diz o psicofarmacologista Elisaldo Carlini, da Universidade Federal de São Paulo. Segundo ele, não há risco de sentir "barato" ao ingerir esses produtos.

"Nas sementes não se encontra quase nada de THC [tetrahidrocanabinol, sua molécula psicoativa]", afirma.

A substância concentra-se na resina excretada pelas flores da planta fêmea, não usada nos alimentos. Ademais, o cânhamo industrial tem concentração de THC de 0,5%, contra mais de 5% da cepa usada para fins recreativos.

Seu óleo é rico em ácidos graxos essenciais -ômega 6 e ômega 3. Embora não sejam sintetizados pelo organismo, são necessários, por exemplo, para a transmissão de impulsos nervosos, síntese de hemoglobina e divisão celular.

"O que chama a atenção não é apenas a quantidade, mas sua proporção", diz a nutricionista Samara Crancio, do Conselho Regional dos Nutricionistas de ES, MG e RJ.

O óleo do cânhamo apresenta uma razão de três partes de ômega 6 para uma de ômega 3 -dentro da ideal, entre 2:1 e 3:1, proposto por pesquisas, diz Crancio. "O mais próximo disso é o óleo de canola, mas o do cânhamo é melhor. Já uma razão muito elevada favoreceria o desenvolvimento de doenças alérgicas, cardiovasculares e inflamatórias."

As proteínas da semente fazem dela uma boa opção vegetariana, segundo a nutricionista. "Poucos alimentos vegetais têm proteínas de alto valor biológico, e entre eles estão as sementes de soja e de cânhamo."

Enquanto a soja é indicada especialmente para mulheres que entram na menopausa ou que precisam fazer reposição hormonal, por conta das isoflavonas -fitoesterol que "imita" o hormônio feminino estrogênio-, o cânhamo é bom para pacientes com deficiência de ácidos graxos essenciais, crianças e atletas, diz Crancio.

Em 100 g de semente ainda estão presentes mais de 100% da recomendação diária de vitamina A e quase o suficiente de B1 e B2. Como sua produção não exige herbicidas nem fertilizantes, sua maior parte é certificada como orgânica, segundo o Departamento de Agricultura do Canadá.

Seria então o alimento perfeito? Ainda é cedo para dizê-lo. "Geralmente, alimentos têm componentes bons e ruins, e o importante é oferecer um que seja seguro. Ainda não encontrei estudos científicos que comprovem que essa semente seja livre de compostos antinutricionais", diz Jocelem Salgado, professora de Nutrição Humana da Esalq-USP e presidente da Sociedade Brasileira de Alimentos Funcionais.

Produto de exportação

O negócio ainda é pequeno. Segundo a Aliança Comercial Canadense do Cânhamo, o mercado de qualquer nova variedade agrícola demora de 15 a 50 anos para se desenvolver. O cultivo legal do cânhamo mal alcançou uma década.

Ainda assim, as exportações vêm crescendo. Segundo o Departamento de Estatística canadense, o país exportou em 2007 US$ 2,1 milhões em sementes, comparados a US$ 1,3 milhão no ano anterior.

A americana Living Harvest produz o leite de cânhamo há dois anos e, nos próximos meses, lançará o sorvete Tempt. Como o cultivo é ilegal nos EUA, precisa importar toda a matéria-prima do Canadá. Já a Manitoba Harvest, que produz o leite Hemp Bliss, é canadense, mas exporta 65% de sua produção -60% para os EUA.

Mike Fata, presidente da empresa, quer espalhar o leite pelo globo. "Estamos nos mudando para uma fábrica muito maior. [Vamos] aumentar nossa capacidade, dar conta da demanda norte-americana e expandir nossos mercados. Já entramos em contato com empresas no Brasil e vamos lançar produtos aí quando for a hora."

Não será fácil. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proíbe sua importação, seja como matéria-prima, seja como produto semielaborado ou seja como produto acabado, embora a semente já entre no Brasil em rações para aves da família dos psitacídeos (como papagaios).

Jocelem Salgado, que alimenta seus pássaros com esse tipo de ração, crê que as prateleiras brasileiras não receberão cedo os alimentos de cânhamo. "Nossa legislação é mais séria. É necessário muita pesquisa."

Fonte: folha online

terça-feira, 24 de março de 2009

Homem é preso por cultivar maconha no quintal de casa

http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL970512-5605,00.html
Do G1, com informações do Globo Notícia
24/01/09 - 16h33 - Atualizado em 24/01/09 - 16h53

Um homem de 29 anos que cultivava maconha no quintal de casa foi preso neste sábado (24) em Sorocaba, no interior de São Paulo.

A polícia chegou até a plantação depois de uma denúncia anônima. Os 18 pés de maconha eram cultivados em uma estufa no quintal da casa. Alguns pés tinham 2 metros de altura.

Um laboratório de processamento de maconha também funcionava no local. Foram apreendidos balança para pesagem, forno para secagem e embalagens plásticas para distribuição da erva. Se condenado por tráfico de drogas, o detido pode ficar até 12 anos na prisão.

quinta-feira, 19 de março de 2009

EUA mudarão políticas de uso de maconha para fins medicinais

http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI3645247-EI238,00-EUA+mudarao+politicas+de+uso+de+maconha+para+fins+medicinais.html
Terra - Notícias, 19 de março de 2009 • 15h48 • atualizado às 15h58

O procurador-geral dos Estados Unidos, Eric H. Holder Jr., afirmou na quarta-feira que o Departamento de Justiça do país não tem planos para coibir a venda de maconha para usos medicinais que acontece legalmente na Califórnia - e em outros estados americanos. Segundo o site do periódico Los Angeles Times, essa mudança foi aclamada por médicos e civis e foi apontada como uma inovação importante nas políticas sobre controle de drogas no país.

Na declaração, Holder afirmou também que a prioridade da nova administração é a de ir atrás de criminosos e traficantes que violam leis federais e estaduais.

"A política será a de ir atrás de pessoas que violam tanto a lei federal quanto a estadual, na medida em que usam a proteção à produção da maconha para fins medicinais como escudo para atividades que não estão de acordo com a intenção da lei", disse o procurador-geral. "Estas são as organizações, as pessoas, que serão nosso alvo."

Na administração Bush, a distribuição da droga para fins medicinais - mesmo em estados que tinham aprovado leis que permitem essa utilização - era fortemente reprimida.

Nos últimos meses, funcionários da administração Obama indicaram que planejam mudar a abordagem em relação às clínicas que oferecem tratamentos com maconha a pessoas com câncer, dor crônica e outras doenças graves, mas os comentários de Holder ofereceram a mais detalhada explicação para a mudança de prioridades em direção a esse controverso processo.

Civis e médicos ativistas a favor deste uso controlado da maconha acolheram as declarações de Holder como as afirmações mais vigorosas contra a política de "tolerância zero" ao consumo de cannabis por pacientes adotada na administração Bush.

Cultivar, usar e vender maconha para fins médicos é permitido em alguns casos sob as leis da Califórnia. Mas estas ações são totalmente proibidas pelas leis federais. De acordo com o Marijuana Policy Project, uma organização que apóia a legalização da droga, outros estados têm leis semelhantes às da Califórnia.

Nos 13 anos que se passaram desde que eleitores da Califórnia fizeram do Estado um dos primeiros a legalizar maconha para uso medicinal, funcionários federais ganharam inúmeras batalhas jurídicas, incluindo uma em 2001 na qual o Supremo Tribunal dos Estados Unidos manteve o direito destes de perseguir vendedores de maconha inclusive para fins terapêuticos na Califórnia. Mas os apoiadores da utilização da droga para estes fins não desistem de lutar contra essa política - e o anúncio do procurador-geral é a maior vitória até agora.

Redação Terra

Apesar de trazer avanços, lei antidrogas não é suficiente, dizem especialistas

http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2009/03/08/apesar+de+trazer+avancos+lei+antidrogas+nao+e+suficiente+dizem+especialistas+4568907.html
Último Segundo
08/03/2009 - 18:52 - Juliana Kirihata, repórter do Último Segundo

“Acho que no Brasil ainda não dá pra liberar a maconha. O tráfico é uma coisa muito ruim, mas a legalização pode virar jogo político. Só quando a cabeça da população mudar isso pode acontecer”. A afirmação é de Daiane*, estudante de Relações Públicas da Universidade de São Paulo. A jovem, que gosta de sair para festas e baladas, diz também que costuma usar a droga aos finais de semana.

A aparente contradição presente na vida de Daiane retrata bem a situação da maconha no Brasil. Enquanto recente relatório da ONU aponta que a droga estaria “mais potente”, retoma-se a discussão da legalização na Comissão Latino–Americana sobre Drogas e Democracia, com a presença, inclusive, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Se a Lei Antidrogas nº 11.343, que desde outubro de 2006 prevê penas mais leves para o usuário, tornou, na opinião de especialistas, mais fácil a busca dos dependentes pelo tratamento; por outro lado, o consumo da droga continua aumentando nos últimos anos. Segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), existem quase 160 milhões de usuários de Cannabis no mundo.

A maconha, que já suscitou debates calorosos ao longo das décadas, continua levantando opiniões e fatos aparentemente opostos, mas que mostram a complexidade de uma questão que, se não tem resposta definitiva, também não parece ter fim próximo. A seguir, alguns pontos dessa discussão.

Começo

Daiane, de 21 anos, afirma que costumava odiar os chamados “baseados”. “Sempre tive amigos que fumam maconha, e eu na realidade odiava, achava um absurdo as pessoas fumarem”. A aversão, porém, perdeu para a curiosidade. “Namorei um cara que fumava todo dia. Um dia fiquei com vontade e experimentei”, lembra a estudante.

“A maioria começa pela curiosidade mesmo”, confirma a psicóloga Ana Sant’Anna, que trabalha na recuperação de dependentes químicos no Hospital Vera Cruz, em São Paulo. “Nem todo mundo que experimenta vai continuar a usar. Mas há esse perigo de virar um dependente”, diz. É estimado que cerca de 10% das pessoas que usam frequentemente maconha desenvolva algum grau de dependência.

Segundo Marcelo Niel, psiquiatra da Universidade Federal de São Paulo, mesmo quando o jovem passa por esse processo de “experimentação”, os pais devem se calçar de informações para lidar de maneira correta com ele. “A maioria passa por um processo de experimentação sem maiores danos, mas muitos indivíduos descobrem que o filho está em contato com a droga e já interna, sendo que ele está numa fase anterior à dependência”, diz.

Para Daiane, que também já usou ecstasy e LSD em festas, a dependência não é considerada uma ameaça: “acho que quem vira um viciado é porque tem a cabeça muito fechada e fraca. Você não pode fumar todo dia e fazer a sua vida girar em torno disso”, acredita. Porém, a estudante admite que já teve medo dos efeitos da droga. “Tinha medo justamente de precisar fumar todo dia e de ter as minhas capacidades cognitivas afetadas”.

De acordo com o professor-doutor do Departamento de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia Médica da FMRP da Universidade de São Paulo, José Alexandre Crippa, a estudante está assumindo mais riscos do que imagina. “A maconha aumenta a chance de quadros de psicose, ansiedade e depressão em pessoas vulneráveis”, afirma. Mesmo para quem usa a droga pela primeira vez, segundo ele, há perigo: “a pessoa que usa pela primeira vez tem mais chances de ter crise de pânico, além de problemas psicóticos curtos e breves”.

Caminho incerto

Do começo com a maconha, aos 10 anos, Michel foi para o crack. “Por causa da droga, tomei cinco tiros nas costas”, conta, hoje, com 30. Com 18 anos, o interno da Unidade de Tratamento de Álcool e Outras Drogas do Hospital Vera Cruz, em São Paulo, perdeu o movimento das pernas após ser baleado.

A história de perdas se repete quando outros três internos da unidade lembram de suas trajetórias com as drogas. Todos afirmam que o primeiro contato foi com a maconha. Fábio, de 29 anos, resolveu experimentar um baseado com 21 anos, depois de namorar uma usuária. Em seis meses, consumia “todo tipo de droga”. Um ano após a primeira experiência, diz que “não conseguia mais parar”.

Para o estudante de artes plásticas, a maconha é uma armadilha para quem está em recuperação. “Se eu fumo maconha hoje, amanhã vou fumar um mesclado (maconha misturada com crack), vou ter uma recaída de comportamento. É pura ilusão”, acredita.

Foi assim que Luis, de 28 anos, outro paciente do hospital, voltou a se internar. No Ano-Novo, na praia, com os amigos, o professor de futebol pensou que “um baseado e uma cerveja” iriam bastar. Não foi o que aconteceu. Segundo ele, que usou drogas por 14 anos, “o pouco é muito para o dependente”. Depois de passar meses em clínicas e pensando estar se afastando do problema, os primeiros dias de 2009 foram de recaída no álcool, na maconha e na cocaína.

Apesar da difícil luta contra as drogas, os internos demonstram otimismo. Segundo eles, o acompanhamento com psicólogos, médicos e terapeutas os ajuda a ter forças e fazer planos. “Vou ficar mais 15 dias aqui [na unidade de tratamento]. Tem que ter uma meta na vida”, diz o professor Luis.

Legislação/ Legalização

Segundo a psicóloga Ana Sant’Anna, que trabalha há dez anos com dependentes de drogas, pessoas como Fábio, Luis e Michel procuram mais pelo tratamento hoje do que antes da Lei nº 11.343, de 2006, que já não estabelece pena de prisão para o usuário, e, sim, “advertência sobre os efeitos das drogas; prestação de serviços à comunidade e medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo”.

“Isso desmitificou um pouco o tratamento. Após a lei, as pessoas podem falar mais abertamente e com mais tranquilidade que são usuárias”, acredita. O médico Marcelo Niel, um dos autores do livro “Dilemas modernos - Drogas, Famílias e Adolescentes” concorda com a opinião. “Acho que a lei trouxe benefícios nesse sentido, porque antes as pessoas ficavam com medo da repressão, de serem presas".

O advogado criminalista Antonio Gonçalves admite que a lei antidrogas trouxe um abrandamento em relação ao usuário e um endurecimento em relação aos traficantes, mas critica a falta de especificidade dos termos em relação ao consumo pessoal. “O artigo 28 foi um dos que mais receberam críticas por ser abstrato. Só diz que o usuário foi penalizado. De repente isso pode incentivar uma banalização da conduta”, afirma.

Já o delegado do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) de São Paulo, Luiz Carlos Magno, acredita que o Brasil avançou legalmente no combate ao abuso de drogas. “Aquele modelo repressor não ajudou. Hoje nós nos aproximamos do modelo europeu, em que a pessoa não é tratada como um criminoso. A droga é apreendida, mas a pessoa tem chance de se ressocializar”.

Para o professor de direito constitucional da Pontifícia Universidade Católica, Pedro Serrano, a lei trouxe um avanço, mas ainda não é suficiente. “Pelo menos o usuário não vai para cadeia. Mas, de qualquer forma, ainda se mantém a política de criminalização do uso das drogas, o que eu acho inconstitucional. Fere o direito de liberdade, estabelecido na nossa Constituição”, diz.

Segundo Serrano, o uso de drogas é uma atitude que prejudica somente o usuário, e não os outros. O professor ressalta, porém, que sua posição é não é a favor das drogas, e, sim, da liberdade de escolha. “Não se deve estimular o uso de drogas de jeito nenhum. As pessoas têm que ter direito de saber que isso faz mal, mas o exercício da decisão é livre, o Estado não pode interferir nisso”, explica.

De acordo com o secretário nacional de políticas sobre drogas, Paulo Roberto Uchôa, a questão da descriminalização não foi levada ao Congresso “no momento oportuno”. “Fizemos seis fóruns regionais, nas cinco regiões do País, para ouvir a sociedade. E durante todo esse ano, nenhuma vez, nenhuma pessoa física, nem jurídica, chegou até nós para contribuir com uma sugestão para a descriminalização. Havia uma oportunidade, mas ninguém aproveitou”, disse.

O delegado Magno, no entanto, acredita que o País ainda não tem chances de legalizar a maconha por enquanto. Segundo ele, a venda legal da maconha, como acontece em alguns bares da Holanda, por exemplo, não seria viável hoje no Brasil “muito distante em termos sociais e políticos”.

Na Holanda, o consumo de drogas leves para uso próprio (até 30 gramas) é considerado apenas uma infração. A venda de drogas ‘leves’ nos chamados ‘coffe-shops’, sob condições estritas, também é tolerada. Já na China, a política é de ‘tolerância zero’ em relação às drogas. Os traficantes são condenados à morte e os usuários são obrigados a seguir um programa de reabilitação. Nos Estados Unidos, alguns Estados permitem o uso da maconha somente para fins médicos.

“Hoje em dia o mundo já está convencido que é preciso equilibrar as ações relacionadas à repressão da droga e as ações relacionadas ao dependente”, afirma o secretário de políticas sobre drogas.

No Congresso brasileiro, a questão avança a passos lentos. Parado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, um projeto de lei do senador Gerson Camata (PMDB-ES) determina aumento de pena dos crimes relacionados ao tráfico de drogas, quando deles resulta homicídio, em um terço da pena imposta.

Outra proposta, esta do senador Magno Malta (PR-ES), pretende instituir que as redes de serviços de saúde da União, dos Estados e dos municípios desenvolvam programas de atenção ao usuário e ao dependente de drogas.

Para o psiquiatra Marcelo Niel, o aumento da rede de acesso a tratamento é realmente uma das formas de combate ao abuso. “Em São Paulo tem um certo privilégio em relação a isso, mas nas regiões mais distantes é mais difícil encontrar tratamento”. O médico ressalta que outra medida imprescindível é o fornecimento cada vez maior de informação. “É preciso investir mais na parte de prevenção nas escolas”.

Efeitos

Além de Niel, um recente relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) aponta a necessidade de políticas públicas de prevenção. Embora o País não apareça como produtor de cocaína ou heroína, acabou se tornando rota de passagem para traficantes rumo aos Estados Unidos e à Europa, e se transformou em grande consumidor.

A América do Sul, segundo o relatório, é responsável por 25% da produção mundial de maconha, sendo o Paraguai o maior produtor da droga, com 5,9 mil toneladas, do total de 10 mil toneladas plantadas no continente. Em 2007, as maiores apreensões de maconha foram feitas no Brasil, com 200 toneladas recolhidas.

A ONU também alertou que a maconha estaria “mais potente”. Segundo o delegado Luiz Carlos Magno, as formas de maconha que causam mais efeito são mais caras e não representam o consumo em geral, mas oferecem mais risco ao usuário. A variação da planta da maconha, denominada “skank”, por exemplo, é produzida em laboratório, cresce mais rapidamente e pode ser cultivada em estufas (mais escondida da fiscalização). Sua principal característica é o fato de conter uma quantidade até sete vezes maior de tetrahidrocannabinol (THC, a substância ativa) do que a maconha comum.

Apesar da existência desses tipos de droga com efeito mais forte, Magno diz que a maior parte da maconha consumida hoje é de “pior qualidade”. Para obter mais lucro, os traficantes misturam à erva outras substâncias não-entorpecentes como esterco, capim e pó de café. “Além disso, os traficantes estão jogando cada vez mais drogas no mercado, o que causa o barateamento do preço”, diz.

O uso da maconha pode causar um aumento na frequência cardíaca e da pressão sanguínea. Os vasos sanguíneos da córnea dilatam-se, deixando os olhos vermelhos. Usuários também relatam frequentemente aumento no apetite, boca seca, vertigens ocasionais e leve náusea.

Por causa da mistura com substâncias variadas, os efeitos da droga podem não ser tão duradouros e fortes como os da maconha “pura”, mas os riscos continuam, segundo os médicos.

Outro lado, segundo o delegado, é o dos usuários que, por causa da qualidade ruim da maconha, misturam a droga com cocaína, crack e outras drogas. “O crack é um estimulante, a maconha é um "desorganizador" do sistema nervoso central. O crack e a cocaína, de forma geral, podem induzir à parada cardíaca, causam uma dependência muito grande e rápida. Misturar as drogas é mais perigoso do que usar a maconha sozinha porque uma substância pode interagir com a outra”, alerta o médico José Crippa.

deputado evoca Pitágoras para defender uso da maconha

http://www.maracaju.news.com.br/ultimasnoticias/view.htm?id=114728
Maracaju News
Terça-feira, 17 de Março de 2009 16:35
Dourados News

O deputado paraguaio Elvis Balbuena usou um argumento pouco comum para defender a legalização da maconha no país vizinho. Falando à um canal de TV, ele disse que era preciso abrir o debate à população e que grandes nomes da história teriam aberto a mente com o uso da droga. A informação é do jornal Última Hora, um dos principais meios de comunicação do Paraguai.

"É sabido que os grandes pensadores da Grécia fumavam maconha e se inspiravam; Pitágoras resolveu o problema do triângulo retângulo fumando o que nós chamamos de cannabis [maconha]", disse o legislador liberal ao canal Telefuturo.

O deputado foi ainda mais longe e disse que as pessoas seriam mais calmas"Segundo contam ela [maconha] te tranqüiliza, é um estimulante, um anti-depressivo, facilita o pensamento e a concentração das pessoas”, defendeu Balbuena.

Ele disse que a que a droga começou a ganhar fama ruim, no México de Pancho Villa com a perseguição dos meios de comunicação através de William Randolph Hearst em 1904.

Ele se refere à proposta que defende, não como uma legalização, mas sim como um encaminhamento de uma problemática que a droga gera no Paraguai, formando cartéis mais poderosos que o próprio exército nacional.

Agora uma audiência deve ser realizada no dia 03 de abril no salão “Comuneros de la Cámara Baja ” em Assunção.

Passa ou não passa?

Se depender da ministra da Saúde do Paraguai, Esperanza Martínez, o tema ficará somente no debate. Ela defende novas discussões, mas diz que deve haver um consenso especial sobre o tema, pois o Paraguai não estaria preparado para a aprovação imediata.

"Deveríamos olhar para a ciência. Sei que existem investigações científicas que falam da descriminalização diminui a violência, mas não sei se diminui o consumo, é uma questão polêmica que requer uma investigação séria. Temos que pensar juntos o que a sociedade considera mais importante, a restrição no consumo ou tudo que envolve os poderosos. É algo muito complexo”, disse a ministra.

A ministra disse ainda que o tema deve ser pensado, pois, na atual situação o Paraguai já tem outros problemas como o tabagismo e o alcoolismo que não são fáceis de controlar e a maconha seria mais uma frente na luta pela saúde pública.

GENIE: a revolucionária maconha sintética.

http://maierovitch.blog.terra.com.br/2009/03/16/genie-a-revolucionaria-maconha-sintetica/


genie: maconha sintética

Certa vez, um cyberpolicial da União Européia enviou-me uma revista com matéria e entrevista sobre uma sua descoberta. Numa loja de artigos de decoração para residências e escritórios, –que vendia pela internet sofás, mesas, cortinas, etc–, eram comercializadas plantas decorativas. A peça decorativa mais vendida era o alucinógeno cacto payote, ou seja, o famoso “the divine cactus”. Não preciso dizer que o dono acabou condenado por traficar essa droga proibida.

Logo que se liberou nas farmácias holandesas a venda de maconha para infusões terapêuticas, a preocupação das cyberpolicias européias voltou-se à venda por internet desse chá canábico.

Muitos adquirentes, por exemplo, poderiam ter a idéia de abrir o saquinho, –destinado originariamente para ser mergulhado numa xícara de água fervente–, e preparar com o conteúdo um cigarro para fumar. Aí, bastaria comprar papel gomado vendido em caixinhas nas tabacarias (no Brasil, são encontrados em bancas de jornais e revistas e certamente para substituir a palha para os adeptos de fumo picado de tabaco). E o barbante do saquinho serviria para amarrar o cigarro a ser enrolado.

No final de semana, diante do apurado em smart shop e vendas por internet, as cyberpoliciais européias deram o alarme. Alarme sobre um incenso aromático vendido por internet e encontrável em smart-shop.

A propósito, só podiam dar o alarme, pois o incenso, com princípio ativo capaz de produzir efeito igual ao tetra-hidro-cannabinol (THC), não está relacionado como droga proibida, nas tabelas européias e norte-americanas: nem na brasileira.

O incenso, –recordista de vendas a chamar a atenção das cyberpolícias que investigam as compras por internet–, concentra um “mix” de ervas naturais conhecidas:jasmim, rosa gálica, alfazema, etc.

A novidade é que no “mix” do mencionado incenso entra, também, um componente sintético, ou seja, não natural: produzido em laboratório.

O componente sintético do incenso produz, quando fumado, o mesmo efeito que o supracitado THC da marijuana. É o “jwh-018”, desenvolvido originariamente para fim analgésico.

O “jwh-018”, agora chamado de “maconha sintética”, é muito mais potente que a marijuana ( contém 2% a 3% de princípio ativo), o haxixe (resina com 7% de princípio ativo) e o skunk ( um híbrido da cannabis sativa e da índica cujo princípio ativo chega a 20%).

Pela internet, o incenso aromatizante com “jwh-018 é conhecido pelo nome de “Genie”.

O incenso Genie contém princípio ativo até cinco vezes superior ao do skunk. Dada a potência, os sintomas de intoxicação são mais freqüentes: dificuldade de coordenação motora, brancos de memória, alucinações, etc.

PANO RÁPIDO. A comercialização da nova maconha sintética cresce, enquanto, na semana passada e no inútil escritório sobre drogas das Nações Unidas, fixava-se até 2019 o prazo para se por fim à oferta das drogas proibidas.

No Marrocos, maior produtor mundial de maconha e haxixe, na Colômbia, maior cultivadora de folha de coca, e no Afeganistão, maior extrator de ópio-bruto da papoula, todos os cultivadores ficaram preocupadíssimo. Estão sem dormir há vários dias. Devem estar importando o calmante chá de camomila para misturar com suco de maracujá. Talvez, aumente para eles a venda de Maracujina, pela internet

–Wálter Fanganiello Maierovitch–

sexta-feira, 13 de março de 2009

Bolo de aniversário com haxixe leva duas pessoas a tribunal

http://diario.iol.pt/sociedade/bolo-aniversario-haxixe-intoxicacao-tvi24-ultimas-noticias/1049463-4071.html
IOL Diário
13-03-2009 - 18:00h

Um empresário e um empregado de um restaurante, ambos de Leiria, vão ser julgados pelos crimes de tráfico de estupefacientes e ofensa à integridade física por terem introduzido haxixe num bolo de aniversário que levou dez pessoas ao hospital.

No despacho de acusação, a que a agência Lusa teve acesso, lê-se que um empresário, de 38 anos, contactou o empregado de um restaurante para reservar mesa para 20 pessoas, para um jantar de aniversário que se realizou a 31 de Março de 2007.

Segundo o Ministério Público (MP), o empresário pediu ainda para o funcionário fazer um bolo, denominado «Space cake», também conhecido por bolo de haxixe, com o objectivo de ser servido às pessoas que iriam estar no referido jantar.

No dia do jantar, o empregado, de 29 anos, foi a casa do empresário fazer o bolo, «com recurso a uma receita que havia consultado na Internet», tendo levado os ingredientes e três gramas de haxixe.

O procurador-adjunto explica que a droga foi comprada em Lisboa, pelo valor de 20 euros, a um indivíduo que o empregado do restaurante disse desconhecer.

O documento refere que quando o jantar estava prestes a terminar, o empresário, «que também estava presente», solicitou ao empregado que fosse buscar o bolo, que foi «partido e dividido pelos participantes no jantar», que não tinham «conhecimento que o mesmo continha haxixe».

Depois do jantar, os participantes deslocaram-se para um bar ou para as suas residências, «sendo que a generalidade deles logo se começou a sentir indisposta, com mau estar geral, taquicardia, palpitações, secura de boca, tonturas, tremores, dormência, náuseas e sensação de desmaio».

Dez acabaram por ser assistidos no hospital de Leiria, onde estiveram durante várias horas, tendo-lhes sido diagnosticada «intoxicação alimentar causada por cannabis».

No despacho de acusação, o magistrado entende que os arguidos agiram «de forma conjunta e concertada» quanto «à confecção, guarda, transporte e fornecimento» do bolo.

«A mencionada conduta dos arguidos assumiu um carácter de particular censurabilidade e perversidade na medida em que ministraram cannabis aos participantes de um jantar, numa especial ocasião de convívio e confraternização, de forma sub-reptícia, dissimulada e oculta, através do consumo de um bolo de aniversário sem que aqueles disso tivessem conhecimento ou fossem informados», refere o MP.

Os arguidos vão responder, em co-autoria, pelo crime de tráfico de estupefacientes de menor gravidade, com dolo directo, e dez crimes de ofensa à integridade física qualificada, com dolo necessário.

O empregado de restaurante foi ainda acusado como autor material de um crime de tráfico de estupefacientes de menor gravidade, com dolo directo.

quarta-feira, 11 de março de 2009

ONU reúne para definir combate à droga para a próxima década

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=377390
Diário Digital
quarta-feira, 11 de Março de 2009 | 16:41

Os 53 Estados membros da Comissão de Estupefacientes da ONU reúnem-se hoje e quinta-feira em Viena para propor uma estratégia internacional contra as drogas para os próximos dez anos.

Além da apresentação de uma estratégia, os representantes de todos os países da ONU deverão fazer um balanço das políticas mundiais anti-droga lançadas pela Assembleia-geral das Nações Unidas em 1998.

Depois de um ano de reflexão e avaliação das políticas em 2008, os participantes na reunião também têm previsto apresentar uma Declaração Política e um Plano de Acção.

No texto do documento em projecto resultante da reunião, os responsáveis indicam que o objectivo final da estratégia para 2019 é "minimizar e eventualmente eliminar a disponibilidade e a utilização de drogas ilícitas".

O presidente da Bolívia, Evo Morales, intervirá hoje na Comissão de Estupefacientes para anunciar que vai activar um processo especial para tirar a folha de coca da lista das drogas proibidas da Convenção anti-narcóticos de 1961.

No último ano foram avaliados os resultados das políticas contra os narcóticos da década passada, depois de em 1998 os membros da ONU terem concordado no objectivo de "um mundo livre de drogas", com "a eliminação ou uma redução significativa do cultivo ilícito de coca, cannabis e ópio", o que não foi alcançado.

A produção de cocaína manteve-se praticamente inalterada na última década, em cerca de 900 toneladas por ano, apesar de se ter reduzido a superfície cultivada, devido às melhorias agrícolas que permitem multiplicar as colheitas.

A própria ONU reconheceu que a produção de ópio duplicou em 2008 face a 1998 porque as plantações de papoilas no Afeganistão dispararam. A produção em 2008 foi de 7.700 toneladas e verificou-se um aumento considerável das drogas sintéticas.

Apesar de tudo, as Nações Unidas defendem que a estratégia adoptada há onze anos permitiu conter o problema da droga, ao assegurar que o número de pessoas no mundo que consomem narcóticos ilícitos pelo menos uma vez por ano alcançou 208 milhões, ou seja, 4,9% da população do planeta entre 15 e 64 anos.

No entanto, a ONU assume que o problema do crime organizado associado às drogas, que representa um mercado de cerca de 320 mil milhões de dólares, piorou nos últimos anos.

"Devemos ter a coragem de observar as consequências dramáticas e imprevistas do controlo da droga, o surgimento de um mercado criminoso de proporções assombrosas", reconheceu o director-geral do Gabinete da ONU contra a Droga e o Crime, o italiano Antonio Maria Costa.

As delegações presentes no encontro de Viena concordaram na elaboração de uma Declaração Política não vinculativa que sublinha a necessidade de respeitar os direitos humanos na luta contra os narcóticos, mas que evita nomear as políticas de redução de danos.

Diário Digital / Lusa

segunda-feira, 9 de março de 2009

Consumo de maconha reduz a capacidade de dirigir

http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI3618200-EI238,00-Consumo+de+maconha+reduz+a+capacidade+de+dirigir+diz+estudo.html
Terra - Notícias
09 de março de 2009 • 08h37 • atualizado às 15h07

Fumar maconha e dirigir nas próximas duas ou três horas após consumir a droga reduz consideralvemente a capacidade motora necessária para dirigir no trânsito com segurança. A conclusão foi obtida por pesquisadores alemães que investigaram os efeitos da droga entre os consumidores do cigarro. As informações são da revista alemã Focus.

Droga de consumo e venda ilegais na Alemanha, a maconha é fumada por cerca de três milhões de pessoas naquele país. Considerando este índice de consumidores, estudiosos de universidades alemãs investigaram o quanto a influência da droga afeta na redução dos reflexos motores na hora de dirigir.

O principal ingrediente ativo na cannabis sativa, o tetrahidrocanabinol, mais conhecido como THC, muda a habilidade cognitiva dos seres humanos. Mas por quanto tempo o efeito do THC pode impedir uma pessoa de dirigir com segurança ou comprometer a direção?

Para analisar os efeitos da maconha, que afeta memória e causa déficit de atenção, altera a capacidade de percepção no processamento de informações visuais, a capacidade de estimar as distâncias e o tempo e coordenação motora fina, os pesquisadores submeteram jovens das cidades de Nüremberg, Munique e Würzburg a entevistas e testes práticos.

Mais da metade deles relatou perceber que seus reflexos ficaram mais reduzidos minutos após fumarem em sentarem ao volante. Além da influência da quantidade que fumam, os consumidores relataram também que, até três horas após consumirem a droga, os reflexos não se mostram tão afetado .

"De duas a três horas depois de consumir maconha as pessoas têm uma significativa redução do risco de acidentes, porque se tornam mais cautelosas e conduzem mais devagar do que logo após consumirem a droga", explicou o cientista Mark Vollrath, professor de psicologia da Universidade Técnica de Braunschweig, ao cruzar os relatos dos entrevistados.

Para a obtenção dos dados, o professor também submeteu os voluntários do estudo a um simulador de trânsito de laboratório, semelhante a brinquedos de fliperama, método com o qual verificou as alterações causadas na maioria dos consumidores ao dirigir.

"Percebeu-se a influência da intoxicação aguda da cannabis reduzida conforme o espaço de tempo entre o consumo e a tomada da direção", disse Vollrath. Como resultados, o pesquisador concluiu que os jovens que estavam sob influência de THC tiveram reações mais alteradas no que diz respeito à capacidade motora e de atenção para dirigir. "Essa influência limitada a segurança rodoviária, sem dúvida", confirmou também Günter Berghaus, professor emérito de medicina legal da Universidade de Colônia e perito em segurança rodoviária.

Redação Terra

segunda-feira, 2 de março de 2009

Maconha sem crime

http://www.destakjornal.com.br/readContent.aspx?id=18,33888
Destak Jornal
Publicado em 02/03/2009

O leitor Alexandre Marques escreveu dizendo ser difícil entender por que se defende a descriminalização da maconha. Digo-lhe que não é difícil entender a proposta. Não confunda maconha com cigarro. Nesse caso, o que incomoda é o odor. No caso da maconha, o problema é o trafico e a criminalidade que existem em torno dela. E não serão necessários fumódromos, pois os fumantes de cannabis não querem se exibir, querem paz.
Juliana da Silva Costa

O leitor Alexandre Marques considerou ser uma piada que alguém defenda a descriminalização da maconha enquanto o governo faz uma campanha nacional contra o cigarro. A única piada dessa situação toda são o seu grande preconceito e sua enorme falta de informação, explícitos no seu comentário. Antes de comentar algo, principalmente questões sociais polêmicas, Alexandre, procure se informar: a única saída viável para diminuir a criminalidade, o tráfico de drogas, a corrupção, dentre outros males, seria a legalização da Cannabis Sativa. Sem contar que os prejuízos da maconha para a saúde chegam a ser menores que os da cafeína. E se você ainda nutre pensamentos do tipo "maconha é a porta para outras drogas", "maconha vicia", "derrete neurônios" e coisas do tipo, sugiro que faça uma pequena pesquisa para se inteirar da realidade.
Ricardo

(Juliana da Silva Costa , Ricardo)
 

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