13 de maio de 2004, Estadão
São Paulo - A GW Pharmaceuticals e a Bayer Healthcare, através de sua unidade no Canadá, anunciaram que submeteram ao Health Canada, órgão regulador de medicamentos daquele país, um pedido de aprovação para o Sativex, remédio à base de Cannabis (princípio ativo da maconha), desenvolvido para o tratamento de pacientes com esclerose múltipla.
O Sativex, se aprovado, será comercializado exclusivamente pela Bayer, no Canadá. O produto, que tem como principais componentes derivados extraídos da Cannabis, é indicado ao tratamento dos sintomas de debilitação causados pela esclerose múltipla, e para redução das intensas dores neuropáticas sentidas por pacientes portadores da doença. O medicamento é administrado através de um simples spray oral.
"Nos últimos anos, a GW já vem conduzindo um diálogo positivo com as autoridades canadenses relativo à entrada do Sativex no mercado", afirmou o médico Geoffrey Guy, presidente executivo da farmacêutica alemã. "Estamos ansiosos para conseguir a aprovação do produto", completou Guy, lembrando que a GW também aguarda uma resposta da MRHA, agência reguladora da Grã-Bretanha, sobre o Sativex, que vem sendo avaliado desde março de 2003.
Fonte: http://www.ibest.com.br/site/parceiros/estadao.jsp?link=http://www.ibest.estadao.com.br/agestado/noticias/2004/mai/13/39.htm?i=9&a=20040513115828
quinta-feira, 13 de maio de 2004
terça-feira, 4 de maio de 2004
Cresce número de consumidores de maconha nos EUA
4 de maio de 2004, UOL Últimas Notícias
CHICAGO (Reuters) - O abuso e a dependência da maconha cresceram nos Estados Unidos na década de 1990, provavelmente porque a droga ficou mais potente, segundo estudo divulgado na terça-feira.
O consumo da maconha entre adultos permaneceu estável, na casa dos 4 por cento, na década passada, mas os casos de dependência ou abuso da droga saltaram de 1,2 para 1,5 por cento do total da população, segundo estudo publicado na revista da Associação Médica Americana.
Isso significa que mais 800 mil adultos abusaram da maconha ou ficaram viciados, segundo Wilson Compton, diretor da Divisão de Epidemiologia, Serviços e Pesquisa de Prevenção do Instituto Nacional do Abuso de Drogas, em nota à imprensa.
O aumento foi mais significativo entre jovens negros dos dois sexos e entre rapazes hispânicos. "O estudo sugere que precisamos desenvolver formas de monitorar o contínuo aumento do abuso e da dependência da maconha. Também é preciso fortalecer os esforços de prevenção e intervenção, com programas voltados especificamente a jovens hispânicos e afro-americanos," disse Nora Volkow, também diretora da divisão.
A Associação Psiquiátrica Americana define abuso como o uso repetido sob condições perigosas, que implique problemas legais ou provoque prejuízos ao estudo, ao trabalho e às relações sociais. A dependência é definida como o aumento da tolerância, o uso compulsivo, a perda de controle e o consumo contínuo, apesar de problemas físicos e psicológicos.
O estudo foi feito com base em uma pesquisa realizada em 1991 e 1992 com 42.862 pessoas acima de 18 anos, e repetida de forma similar, em 2001 e 2002, com 43.093 participantes.
O aumento da potência da maconha na década passada pode ser parcialmente responsável pelos casos de abuso e dependência, disseram os autores do estudo. Fatores culturais, psicossociais, econômicos e comportamentais também influenciaram o aumento de casos.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/reuters/2004/05/04/ult729u36287.jhtm
CHICAGO (Reuters) - O abuso e a dependência da maconha cresceram nos Estados Unidos na década de 1990, provavelmente porque a droga ficou mais potente, segundo estudo divulgado na terça-feira.
O consumo da maconha entre adultos permaneceu estável, na casa dos 4 por cento, na década passada, mas os casos de dependência ou abuso da droga saltaram de 1,2 para 1,5 por cento do total da população, segundo estudo publicado na revista da Associação Médica Americana.
Isso significa que mais 800 mil adultos abusaram da maconha ou ficaram viciados, segundo Wilson Compton, diretor da Divisão de Epidemiologia, Serviços e Pesquisa de Prevenção do Instituto Nacional do Abuso de Drogas, em nota à imprensa.
O aumento foi mais significativo entre jovens negros dos dois sexos e entre rapazes hispânicos. "O estudo sugere que precisamos desenvolver formas de monitorar o contínuo aumento do abuso e da dependência da maconha. Também é preciso fortalecer os esforços de prevenção e intervenção, com programas voltados especificamente a jovens hispânicos e afro-americanos," disse Nora Volkow, também diretora da divisão.
A Associação Psiquiátrica Americana define abuso como o uso repetido sob condições perigosas, que implique problemas legais ou provoque prejuízos ao estudo, ao trabalho e às relações sociais. A dependência é definida como o aumento da tolerância, o uso compulsivo, a perda de controle e o consumo contínuo, apesar de problemas físicos e psicológicos.
O estudo foi feito com base em uma pesquisa realizada em 1991 e 1992 com 42.862 pessoas acima de 18 anos, e repetida de forma similar, em 2001 e 2002, com 43.093 participantes.
O aumento da potência da maconha na década passada pode ser parcialmente responsável pelos casos de abuso e dependência, disseram os autores do estudo. Fatores culturais, psicossociais, econômicos e comportamentais também influenciaram o aumento de casos.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/reuters/2004/05/04/ult729u36287.jhtm
segunda-feira, 3 de maio de 2004
O Marcelo e o Dudu
3 de maio de 2004, ÉPOCA
Maitê Proença
Quer dizer que o Dudu, 50 homicídios nas costas, recebe indulto de Natal pra visitar a mulher e os filhinhos, enquanto meu colega Marcelo Anthony vira pauta de programas televisivos de quinta categoria, onde débeis mentais discutem se ele, acusado de comprar maconha, será má influência para o filho recém-adotado.
Em primeiro lugar, se existe uma lei para separar usuários de drogas de seus filhos, como é que a "Justiça" dá um mole desses pro Dudu, traficante de tóxico em quantidades industriais, que ainda por cima mata, queima e esfola sem piedade, em quantidades igualmente industriais? Dudu fugiu e está por aí fazendo um estardalhaço bélico pelos morros da cidade, sendo péssima influência, não só para os dele, como para todos os nossos filhos confinados pelo medo.
E o Marcelo, vocês conhecem? Eu conheço. O rapaz leva a vida mais careta que o gerente do meu banco. Concordo que marcou uma touca, e no pior momento possível, mas, quanto ao menino que ele e a Mônica adotaram, e que foi assunto nas rádios e programas de auditório de nível térreo por vários dias, a conversa é muitíssimo diferente. Esta criança chegou a eles nervosa, hiperativa e, aos 8 meses, não sabia sequer sentar. Com aulas de natação, orientação especializada, carinhos e quilos de amor, Francisco estava andando dois meses depois. Eu vi a transformação! Hoje, com 1 ano e meio, o que se percebe é uma criança adaptada, calma e feliz. Esse menino foi pinçado do abandono, pelo amor e pela dedicação dos pais com que a sorte lhe presenteou.
Então quem são essas criaturas com seus programas de futrica pra deliberar sobre a habilidade de um pai trabalhador, idôneo e amoroso em criar seu filho? O que é que essa gente entende da vida, e com que categoria moral vem fazer julgamentos de valor, essas pessoas que saíram do anonimato outro dia Deus sabe como? Marcelo cometeu um deslize, se é que ele estava mesmo comprando maconha (por enquanto o que houve foi uma acusação), e foi preso por falta de sorte, porque se gostasse de chope estaria num boteco bebendo com os amigos e ninguém ia enfiá-lo numa penitenciária por isso. Aliás, está cheio de pai de família que enche a lata de droga legalizada no almoço de domingo, sai dirigindo doidão com os filhos no banco de trás e fica tudo por isso mesmo.
Não faço aqui um manifesto a favor dos maconheiros do Brasil. Acho até que, nesse momento, o usuário de droga ilegal deveria interromper seu uso até as coisas mudarem. Oitenta por cento dos consumidores usam droga de forma recreativa e, não tendo o vício, podem, se quiserem, não enfiar o pó malhado no corpo. Desnorteie sua caretice intrínseca, companheiro, tomando um Lexotan ou uma cachaça e, na hora da lucidez, use a cachola pra discutir a legalização da maconha, por exemplo. Queiram ou não queiram os mal informados, a maconha é uma droga leve, e por isso seria um bom ponto de partida para a experiência de transformação social que se mostra necessária. Você que não gosta dessas coisas, pense um pouco. As pessoas consomem drogas desde o início dos tempos, todo continente tem uma erva, uma bebida ou uma planta que altera a consciência e afasta as tensões dia a dia. Sempre houve e haverá quem faça uso, e a proibição não impede que isso aconteça. É verdade que as drogas que mais destroem são justamente as legalizadas, e que 50% das mortes violentas ou acidentais no Brasil envolvem uso de álcool. Outro dado surpreendente é que a maior aflição das indústrias tabagísticas não é com processos por doenças relacionadas ao fumo, mas com o contrabando de cigarros importados ilegalmente, mostrando que o problema do tráfico também não se interrompe necessariamente com a legalidade. A questão é complexa e exige uma discussão ampla, sem os preconceitos de praxe. Minha humilde opinião, no entanto, é que as leis que hoje proíbem deveriam restringir-se a impor limites e controlar a venda, para que o acesso não seja facilitado a crianças, adolescentes e pessoas com quadros confirmados de dependência, como ocorre agora na era do fascínio pelo proibido. São R$ 40 milhões movimentados semanalmente com o comércio de entorpecentes, só na Favela da Rocinha! Toneladas de maconha estão incluídas aí, dando lucro pra traficante fazer guerra na cidade! O bebum paga imposto, o fumante de cigarro e a dona de casa também. Eu e você pagamos. Nós construímos as escolas, os hospitais e suamos a camisa por uma paz social que não vem nunca. Talvez tenha chegado a hora de botar essa gente do morro e do asfalto, os que vendem e os que usam, pra contribuir também.
Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT721856-2813,00.html
Maitê Proença
Quer dizer que o Dudu, 50 homicídios nas costas, recebe indulto de Natal pra visitar a mulher e os filhinhos, enquanto meu colega Marcelo Anthony vira pauta de programas televisivos de quinta categoria, onde débeis mentais discutem se ele, acusado de comprar maconha, será má influência para o filho recém-adotado.
Em primeiro lugar, se existe uma lei para separar usuários de drogas de seus filhos, como é que a "Justiça" dá um mole desses pro Dudu, traficante de tóxico em quantidades industriais, que ainda por cima mata, queima e esfola sem piedade, em quantidades igualmente industriais? Dudu fugiu e está por aí fazendo um estardalhaço bélico pelos morros da cidade, sendo péssima influência, não só para os dele, como para todos os nossos filhos confinados pelo medo.
E o Marcelo, vocês conhecem? Eu conheço. O rapaz leva a vida mais careta que o gerente do meu banco. Concordo que marcou uma touca, e no pior momento possível, mas, quanto ao menino que ele e a Mônica adotaram, e que foi assunto nas rádios e programas de auditório de nível térreo por vários dias, a conversa é muitíssimo diferente. Esta criança chegou a eles nervosa, hiperativa e, aos 8 meses, não sabia sequer sentar. Com aulas de natação, orientação especializada, carinhos e quilos de amor, Francisco estava andando dois meses depois. Eu vi a transformação! Hoje, com 1 ano e meio, o que se percebe é uma criança adaptada, calma e feliz. Esse menino foi pinçado do abandono, pelo amor e pela dedicação dos pais com que a sorte lhe presenteou.
Então quem são essas criaturas com seus programas de futrica pra deliberar sobre a habilidade de um pai trabalhador, idôneo e amoroso em criar seu filho? O que é que essa gente entende da vida, e com que categoria moral vem fazer julgamentos de valor, essas pessoas que saíram do anonimato outro dia Deus sabe como? Marcelo cometeu um deslize, se é que ele estava mesmo comprando maconha (por enquanto o que houve foi uma acusação), e foi preso por falta de sorte, porque se gostasse de chope estaria num boteco bebendo com os amigos e ninguém ia enfiá-lo numa penitenciária por isso. Aliás, está cheio de pai de família que enche a lata de droga legalizada no almoço de domingo, sai dirigindo doidão com os filhos no banco de trás e fica tudo por isso mesmo.
Não faço aqui um manifesto a favor dos maconheiros do Brasil. Acho até que, nesse momento, o usuário de droga ilegal deveria interromper seu uso até as coisas mudarem. Oitenta por cento dos consumidores usam droga de forma recreativa e, não tendo o vício, podem, se quiserem, não enfiar o pó malhado no corpo. Desnorteie sua caretice intrínseca, companheiro, tomando um Lexotan ou uma cachaça e, na hora da lucidez, use a cachola pra discutir a legalização da maconha, por exemplo. Queiram ou não queiram os mal informados, a maconha é uma droga leve, e por isso seria um bom ponto de partida para a experiência de transformação social que se mostra necessária. Você que não gosta dessas coisas, pense um pouco. As pessoas consomem drogas desde o início dos tempos, todo continente tem uma erva, uma bebida ou uma planta que altera a consciência e afasta as tensões dia a dia. Sempre houve e haverá quem faça uso, e a proibição não impede que isso aconteça. É verdade que as drogas que mais destroem são justamente as legalizadas, e que 50% das mortes violentas ou acidentais no Brasil envolvem uso de álcool. Outro dado surpreendente é que a maior aflição das indústrias tabagísticas não é com processos por doenças relacionadas ao fumo, mas com o contrabando de cigarros importados ilegalmente, mostrando que o problema do tráfico também não se interrompe necessariamente com a legalidade. A questão é complexa e exige uma discussão ampla, sem os preconceitos de praxe. Minha humilde opinião, no entanto, é que as leis que hoje proíbem deveriam restringir-se a impor limites e controlar a venda, para que o acesso não seja facilitado a crianças, adolescentes e pessoas com quadros confirmados de dependência, como ocorre agora na era do fascínio pelo proibido. São R$ 40 milhões movimentados semanalmente com o comércio de entorpecentes, só na Favela da Rocinha! Toneladas de maconha estão incluídas aí, dando lucro pra traficante fazer guerra na cidade! O bebum paga imposto, o fumante de cigarro e a dona de casa também. Eu e você pagamos. Nós construímos as escolas, os hospitais e suamos a camisa por uma paz social que não vem nunca. Talvez tenha chegado a hora de botar essa gente do morro e do asfalto, os que vendem e os que usam, pra contribuir também.
Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT721856-2813,00.html
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