27 de abril de 2004, Observatório da Imprensa nº 274
Fumar maconha é proibido nos EUA, mas a liberdade de expressão ainda é um dos direitos mais sagrados no país. É por isso que a revista High Times consegue permanecer no mercado americano há exatos 30 anos, apesar de falar praticamente só da erva proibida. Em 1974, Richard Stratton e Thomas Forcade lançaram a publicação e conseguiram fazê-la crescer até alcançar uma respeitável tiragem de 400 mil exemplares. Em 1978, no entanto, Forcade se suicidou e, em 1982, Stratton foi processado por tráfico de drogas. Ele argumentou que a erva em seu poder era apenas material para escrever um livro justamente sobre narcotráfico, mas não convenceu os jurados.
Como reporta Peter Carlson, do Washington Post [20/4/04], durante os oito anos em que Stratton ficou recluso num presídio federal, diversos editores comandaram High Times, lutando bravamente contra o governo, que tentava fechá-la de diferentes maneiras. Enfim, as autoridades perceberam que atingiriam a publicação atacando seus anunciantes, basicamente fornecedores de apetrechos para consumo e plantio da Cannabis.
No ano passado, Stratton voltou ao comando da revista, que está com a circulação reduzida a 150 mil cópias, e chegou à conclusão de que não poderia continuar direcionada apenas ao público "fumante". Por isso, contratou um novo editor-executivo, o jovem John Buffalo Mailer – filho do escritor Norman Mailer – para incrementar o conteúdo.
Assim, nos últimos tempos, a High Times tem publicado matérias de interesse geral, sobre assuntos como a guerrilha na Colômbia, prostituição e reforma do sistema educacional. Claro, a maconha continua tendo papel de destaque, mas, às vezes, também em matérias diferenciadas, como uma da última edição, em que um repórter constata que a ausência de leis no Iraque pós-Saddam tornou permitido puxar fumo no meio da rua, num país em que o consumo de drogas antes era punido com a morte.
Para os maconheiros mais ortodoxos, que só querem mesmo saber da erva, foi lançado o título-irmão Grow America, que segue, entre outras coisas, ensinando como cuidar das plantinhas e dando receitas culinárias ilícitas.
Fonte: http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=274MON012
terça-feira, 27 de abril de 2004
sábado, 24 de abril de 2004
Holanda tenta acabar com o "turismo maconheiro"
24 de abril de 2004, Swissinfo
Marcel Michelson
AMSTERDÃ (Reuters) - É hora dos últimos pedidos para os estrangeiros que se divertem nos coffee shops holandeses. O governo decidiu na sexta-feira combater o "turismo das drogas" e tornar mais rígidas as suas leis sobre a maconha, por causa da pressão de outros países europeus.
Um teste vai começar em breve na cidade de Maastricht, no sul da Holanda, perto da fronteira com a Alemanha e a Bélgica, onde a venda de drogas leves a estrangeiros será proibida.
"Queremos acabar com todos os aspectos do turismo das drogas, o fato de que as pessoas vêm à Holanda para usar drogas leves e levá-las para casa", disse Wim Kok, porta-voz do Ministério da Justiça.
Pelas leis holandesas, o uso de drogas leves (maconha e haxixe) não é permitido, porém é tolerado, reconhecendo que não há policiais suficientes para prender todos os infratores. Isso incomoda países europeus que adotam políticas mais duras.
Na Holanda, consumidores de maconha podem comprar e fumar a droga legalmente em centenas de coffee shops regulamentados pelo governo.
O governo de centro-direita quer acabar com as hordas de estrangeiros, principalmente jovens, quer vagam pelas ruas de cidades como Amsterdã em busca de um baseado. Países como a França abominam o retorno de seus cidadãos de olhos vermelhos nos trens.
O Ministério do Interior promete agir em conjunto com as prefeituras para garantir um melhor cumprimento das leis existentes contra a maconha, incluindo distâncias mínimas entre os coffee shops e escolas.
O governo pretende ainda receber cooperação policial internacional contra o "turismo das drogas" e atacar também os grandes produtores de maconha, assim como o "envolvimento criminal" das chamadas "grow shops", onde as pessoas podem comprar sementes para cultivar a sua própria droga.
O Ministério da Saúde, por sua vez, vai estudar as possíveis conseqüências do uso da maconha com altos teores de THC, o princípio ativo da droga.
O estudo pode levar à reclassificação dessas variedades de maconha, que passariam a ser consideradas drogas pesadas, segundo Bart Kuik, porta-voz do ministério.
A Holanda, onde os clientes podem escolher entre variados "menus" dos coffee shops, vem notando um súbito aumento no teor de THC num tipo de maconha cultivado no país, a Nederwiet, o que se deve a métodos mais avançados de cultivo.
Alguns médicos dizem que o uso da maconha aumenta o risco de depressão e esquizofrenia, mas a droga é tolerada pelos holandeses há décadas. Os coffee shops são proibidos de venderem drogas pesadas e são rigidamente monitorados.
A Holanda, que foi o primeiro país a legalizar a eutanásia, no ano passado se tornou também o primeiro em que a Cannabis é vendida em farmácias, sob prescrição médica, para pacientes crônicos.
Fonte: http://www.swissinfo.org/spt/Swissinfo.html?siteSect=143&sid=4890992
Marcel Michelson
AMSTERDÃ (Reuters) - É hora dos últimos pedidos para os estrangeiros que se divertem nos coffee shops holandeses. O governo decidiu na sexta-feira combater o "turismo das drogas" e tornar mais rígidas as suas leis sobre a maconha, por causa da pressão de outros países europeus.
Um teste vai começar em breve na cidade de Maastricht, no sul da Holanda, perto da fronteira com a Alemanha e a Bélgica, onde a venda de drogas leves a estrangeiros será proibida.
"Queremos acabar com todos os aspectos do turismo das drogas, o fato de que as pessoas vêm à Holanda para usar drogas leves e levá-las para casa", disse Wim Kok, porta-voz do Ministério da Justiça.
Pelas leis holandesas, o uso de drogas leves (maconha e haxixe) não é permitido, porém é tolerado, reconhecendo que não há policiais suficientes para prender todos os infratores. Isso incomoda países europeus que adotam políticas mais duras.
Na Holanda, consumidores de maconha podem comprar e fumar a droga legalmente em centenas de coffee shops regulamentados pelo governo.
O governo de centro-direita quer acabar com as hordas de estrangeiros, principalmente jovens, quer vagam pelas ruas de cidades como Amsterdã em busca de um baseado. Países como a França abominam o retorno de seus cidadãos de olhos vermelhos nos trens.
O Ministério do Interior promete agir em conjunto com as prefeituras para garantir um melhor cumprimento das leis existentes contra a maconha, incluindo distâncias mínimas entre os coffee shops e escolas.
O governo pretende ainda receber cooperação policial internacional contra o "turismo das drogas" e atacar também os grandes produtores de maconha, assim como o "envolvimento criminal" das chamadas "grow shops", onde as pessoas podem comprar sementes para cultivar a sua própria droga.
O Ministério da Saúde, por sua vez, vai estudar as possíveis conseqüências do uso da maconha com altos teores de THC, o princípio ativo da droga.
O estudo pode levar à reclassificação dessas variedades de maconha, que passariam a ser consideradas drogas pesadas, segundo Bart Kuik, porta-voz do ministério.
A Holanda, onde os clientes podem escolher entre variados "menus" dos coffee shops, vem notando um súbito aumento no teor de THC num tipo de maconha cultivado no país, a Nederwiet, o que se deve a métodos mais avançados de cultivo.
Alguns médicos dizem que o uso da maconha aumenta o risco de depressão e esquizofrenia, mas a droga é tolerada pelos holandeses há décadas. Os coffee shops são proibidos de venderem drogas pesadas e são rigidamente monitorados.
A Holanda, que foi o primeiro país a legalizar a eutanásia, no ano passado se tornou também o primeiro em que a Cannabis é vendida em farmácias, sob prescrição médica, para pacientes crônicos.
Fonte: http://www.swissinfo.org/spt/Swissinfo.html?siteSect=143&sid=4890992
sexta-feira, 23 de abril de 2004
Secretário defende liberar uso de drogas
23 de abril de 2004, Brasil Online – Notícias
Sílvia Freire
da Agência Folha
O ministro Nilmário Miranda (Secretaria Especial de Direitos Humanos) defendeu ontem, em Porto Alegre, a descriminalização do consumo de drogas no país. Para o ministro, o usuário de drogas ilegais deve ser tratado com políticas de saúde da mesma forma que aqueles que consomem drogas legais, como o álcool e o cigarro, são tratados.
"Ninguém cogita colocar na cadeia o consumidor de álcool, mas a bebida também provoca a violência e crimes, tanto ou mais que as drogas ilegais. Como o consumo de álcool e de tabaco é tratado como caso de saúde pública, entendo que o consumo de drogas ilegais também deve ser tratado da mesma maneira, não como crime", disse o ministro, segundo informações veiculadas pela Agência Brasil, da Radiobrás.
Opinião pessoal
Para Nilmário, a "diferença entre a droga ilegal e a legal é que uma é ilegal". O ministro disse que essa era uma opinião pessoal. A assessoria de imprensa da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos confirmou as declarações dele.
As declarações do ministro foram dadas a jornalistas um pouco antes da participação dele, na tarde de ontem, no seminário Paz é a Gente que Faz, evento promovido pela Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul.
A platéia do seminário, que faz parte da campanha Por uma Cultura de Paz, era composta em sua maioria por crianças, adolescentes, líderes comunitários e professores municipais.
Em sua palestra, Nilmário Miranda defendeu o treinamento e a capacitação das polícias para o combate ao crime organizado e ao tráfico de drogas. Ele disse também que as Forças Armadas não podem assumir a função de polícia no combate ao narcotráfico.
Fonte: http://noticias.bol.com.br/geral/2004/04/23/ult95u93253.jhtm
Sílvia Freire
da Agência Folha
O ministro Nilmário Miranda (Secretaria Especial de Direitos Humanos) defendeu ontem, em Porto Alegre, a descriminalização do consumo de drogas no país. Para o ministro, o usuário de drogas ilegais deve ser tratado com políticas de saúde da mesma forma que aqueles que consomem drogas legais, como o álcool e o cigarro, são tratados.
"Ninguém cogita colocar na cadeia o consumidor de álcool, mas a bebida também provoca a violência e crimes, tanto ou mais que as drogas ilegais. Como o consumo de álcool e de tabaco é tratado como caso de saúde pública, entendo que o consumo de drogas ilegais também deve ser tratado da mesma maneira, não como crime", disse o ministro, segundo informações veiculadas pela Agência Brasil, da Radiobrás.
Opinião pessoal
Para Nilmário, a "diferença entre a droga ilegal e a legal é que uma é ilegal". O ministro disse que essa era uma opinião pessoal. A assessoria de imprensa da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos confirmou as declarações dele.
As declarações do ministro foram dadas a jornalistas um pouco antes da participação dele, na tarde de ontem, no seminário Paz é a Gente que Faz, evento promovido pela Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul.
A platéia do seminário, que faz parte da campanha Por uma Cultura de Paz, era composta em sua maioria por crianças, adolescentes, líderes comunitários e professores municipais.
Em sua palestra, Nilmário Miranda defendeu o treinamento e a capacitação das polícias para o combate ao crime organizado e ao tráfico de drogas. Ele disse também que as Forças Armadas não podem assumir a função de polícia no combate ao narcotráfico.
Fonte: http://noticias.bol.com.br/geral/2004/04/23/ult95u93253.jhtm
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